A
Lava Jato respondeu as acusações de Gilmar Mendes feitas no
plenário do STF ontem, dia 11.
“A
corrupção já entrou na Lava Jato”, afirmou o ministro do STF.
Gilmar,
dizem os procuradores, “com absoluta falta de seriedade, lançou contra o
procurador da República Diogo Castor de Mattos notícias antigas e falsas a
respeito do comportamento deste na Operação Lava Jato”.
Segundo a nota, GM “desbordou o equilíbrio e
responsabilidade exigidos pelo seu cargo, fazendo não só acusações genéricas e
sem provas contra a atuação do Ministério Público Federal, mas especialmente
imputações falsas contra o procurador da República Diogo Castor de Mattos com
base em notícias antigas e em suposto ‘ouvir dizer’ de desconhecidos
advogados”.
Segue:
A força-tarefa Lava Jato do MPF em Curitiba
informa que o procurador da República Diogo Castor de Mattos não atuou e não
atua em nenhum dos casos ou processos envolvendo o empresário João Santana de
Cerqueira Filho. Além disso, o acordo de colaboração foi celebrado por Santana
com a Procuradoria Geral da República (PGR) em 8 de março de 2017, antes
do escritório Delivar de Mattos e Castor Advogados (que tem como um
dos sócios Rodrigo Castor de Mattos, irmão do procurador) assumir a
defesa do empresário em 17 de abril de 2017. O procurador atua na
operação Lava Jato desde abril de 2014, enquanto o escritório ingressou na
representação do réu em abril de 2017. Por fim, acrescenta-se que Rodrigo
Castor de Mattos, embora permaneça como sócio do escritório citado, deixou a
defesa de Santana em maio do ano passado.
Como se pode ver, o procurador da República
Diogo Castor de Mattos na força-tarefa Lava Jato não atuou na investigação de
João Santana por decisão própria, indo além das exigências éticas e legais da
magistratura, comportamento esse que o próprio ministro Gilmar Mendes não
observou quanto ao seu impedimento em medidas judiciais relativas ao
investigado Jacob Barata Filho.
A história não é bem essa e foi contada pelo
DCM e pelo JornalGGN numa das reportagens da série sobre a indústria da
delação premiada:
Havia evidências de
que o escritório Delivar de Mattos e Castor Advogados já trabalhava para os
Santana. A evidência surgiu em documento usado como prova da delação de Mônica
Moura contra Dilma Rousseff.
O documento é uma ata notarial lavrada em
13/07/2016, a pedido da defesa de Mônica, e entregue ao Ministério
Público Federal para embasar o que foi delatado após a empresária ser presa, em
fevereiro de 2016. Menos de 15 dias após esse registro em cartório, Mônica e
João Santana foram soltos por determinação de Sergio Moro.
Na ata, consta que
quem foi ao cartório, representando Mônica Moura, foi o
“universitário” Felipe Pedrotti Cadori. Ele excluiu a
informação de sua página pessoal no Facebook, mas a Revista Fórum conseguiu
capturar imagem que atesta que o estudante de Direito da PUCPR era estagiário
do escritório Delivar de Mattos Advogados Associados.
Na mesma ocasião, o
GGN mostrou que o mesmo estagiário Felipe Pedrotti Cadori foi a um cartório de
Curitiba registrar, em julho de 2016, uma conta de Gmail atribuída à Dilma
Rousseff, trabalhando a serviço do mesmo Delivar de Mattos Advogados Associados
(clique aqui)
O registro em
cartório feito pelo estagiário, cerca de um ano antes, comprovava a atuação
informal e por baixo dos panos, já que quem assina a delação dos marqueteiros
são os advogados Alessi Brandão e Juliano Campelo Prestes.
Qual a intenção de
Rodrigo Castor de Mattos de esconder sua atuação? Qual a intenção da Lava Jato
de faltar com a verdade?
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Os Castores e o casal Santana legenda |
Esse mesmo procedimento ocorreu quando o escritório de Rodrigo representou o advogado de Alberto Youssef, Carlos Alberto Pereira da Costa, que, em 2014, confirmou elo entre o doleiro com o mensalão e petrolão.
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