O
mundo dá voltas. Em 2007, acusado de um de um desvio de R$ 1,6 milhão, o
ex-deputado federal (e pecuarista) José Janene, pivô do caso do mensalão,
precisava ir a uma audiência em Londrina, no Paraná. Seu médico particular, um
libanês chamado Elie Lebbos, apresentou ao juiz um atestado para justificar a
ausência do político: “‘A cardiopatia faz com que ele tenha apenas 28% do
coração ativo, ele não tem condições de suportar qualquer situação de stress”.
Janene
faleceu em 2010.
Elie Lebbos, no ano passado, em outubro. Ele era casado com Marina Vieira Moura
Lebbos. Não era só médico. Possuía empresas (inclusive uma incorporadora
imobiliária), era um perito previdenciário aposentado (por isso a viúva recebe
pensão), foi do Conselho de Administração da Sanepar, a companhia paranaense de
saneamento, e fazia parte do Conselho Fiscal do Banco Mercantil do Brasil.
No Mato Grosso, em 2016, Lebbos era do Conselho Fiscal
da distribuidora de energia Energisa, junto com seu sócio na Dax Incorporações.
Antes, quando a empresa ainda era a Cemat (o controlador Jorge Queiroz, do
grupo Rede, ainda não tinha dado um calote bilionário), ele representou
acionistas preferenciais. Entre eles estavam Luciana Moura Lebbos e Carolina
Moura Lebbos.*
Em abril de 2016, ata do Banco Mercantil do Brasil
mostra que Elie Lebbos assinou presença na assembleia geral ordinária, “por si
e por Carolina Moura Lebbos e Luciana Moura Lebbos”. (O endereço de Luciana em
um dos documentos é o mesmo de Elie Lebbos, em Curitiba, a quem defendia como
advogada, e o mesmo da cooperativa do médico, a Greenmed).
Em 2018, formada em Direito pela Universidade Federal do
Paraná, Carolina Moura Lebbos entrou no noticiário como a juíza responsável por
quem visita ou não, na prisão, o ex-presidente Lula. “Discreta, técnica e
rígida”, na definição do UOL, a juíza está longe das redes sociais. (Elie
Lebbos tinha bem mais visibilidade.) Há alguns dias, ela negou a visita
humanitária de um prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, de 87 anos, que
denunciou um estado de exceção no Brasil.
Alceu Castilho, segundo o Portal dos
Jornalistas, ganhou o título de Jornalista
Amigo da Criança, oferecido pela Agência de Notícia dos Direitos da
Infância (2007), e os prêmios Vladimir
Herzog (2004), Andifes (2007), Direitos Humanos de Jornalismo (2004)
e Fiat Allis de Jornalismo Econômico (1999).
Foi finalista do Prêmio Esso de 2007, com a reportagem
Câmara bilionária, produzido para a Associação Paulista de Jornais. No ano de
2009 lançou o livro Globalização – Novas fronteiras,
pela Editora Salesiana.
Desde janeiro de 2010 é jornalista freelancer, especializado na produção e
edição de textos para jornais, revistas, sites e
outras publicações.
Alceu é autor do livro Partido
da Terra – como os políticos conquistam o território brasileiro (Editora
Contexto, 2012).
* Nota da edição: Castilho não afirma que Carolina é
filha do médico e investidor Elie Lebbos, mas, pelo sobrenome dele e da esposa
(Moura), bem como pelas ações em que aparecem juntos, conclui-se pelo grau de
parentesco.
Fonte: Jornal D C M por Alceu Castilho
Mas o que realmente interessa é que o 9 Dedos ta5na cadeia!
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