COM 11 ANOS DE ATRASO, FHC, AÉCIO, SERRA E ALCKMIN SERÃO INVESTIGADOS
5 de
Dezembro de 2016
Eduardo Guimarães blog da Cidadania
Neste fim de semana saíram notinhas nos portais da grande mídia
informando que 11 anos depois das primeiras denúncias de corrupção em Furnas
Centrais Elétricas, ocorridas em 2005, o Ministério Público do Rio encaminhou a
investigação à Procuradoria-Geral da República.
Segundo o órgão, a decisão
foi tomada após o MP constatar, com um “certo atraso”, a incontestável materialidade
da dita “lista de Furnas”, documento sobre esquema de caixa dois nas eleições
de 2002 e que envolve essencialmente o PSDB.
O esquema é essencialmente tucano, como
todos sabem. Mas só para refrescar a memória, já que as notinhas da imprensa
tucana dão poucos detalhes sobre o que é esse escândalo, aí vai um gráfico
mostrando quanto cada partido denunciado está envolvido.
A juíza que encarcerou os dois afirmou que
ambos faziam parte de uma quadrilha cujo objetivo seria “difamar, caluniar e
intimidar” adversários políticos, e autorizou a prisão preventiva do jornalista
para impedir novas publicações.
Além disso, afirmou que o
Novo Jornal, de Carone, seria financiado com dinheiro de origem ilegal, uma vez
que o site não contaria com anunciantes suficientes para manter a página.
Tudo, entretanto, não passou
de uma farsa para impedir que Carone atrapalhasse a campanha de Aécio à
Presidência. Foi absolvido de todas as acusações e, após ser libertado,
denunciou a arbitrariedade à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos
Deputados.
Os nomes dos envolvidos explicam a razão
da censura que a mídia tucana baixou sobre esse caso durante mais de uma década.
Alckmin, Serra, Aécio, FHC e Cia. Ltda. vão ter muito a explicar, caso a
investigação ande, apesar de que esse Procurador Geral da República já recusou
outras vezes abrir a investigação, haja vista que integra o complô que derrubou
Dilma Rousseff e persegue petistas até hoje.
Desta vez, porém, Rodrigo
Janot não poderá simplesmente arquivar o pedido de investigação porque não são
adversários políticos dos tucanos que pedem a investigação, mas o MP do Rio.
Mesmo que seja pra inglês ver, ele vai ter que ao menos abrir a investigação.
O nome de FHC não consta como
recebedor de propina, mas ele terá que ser investigado porque foi no governo
dele que o escândalo ocorreu e Furnas, empresa portanto, estava sob seus
desígnios.
A decisão de investigar o
caso foi tomada pelo promotor Rubem Viana, da 24ª Promotoria de Justiça de
Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos que remeteu a documentação em
setembro deste ano. Os autos, que estão sob sigilo, só chegaram à
Procuradoria-Geral da República na sexta-feira, 2, mas ainda nem foram para o
gabinete de Janot.
Ele provavelmente vai
embromar o quanto puder e a imprensa tucana certamente não irá pressioná-lo, de
modo que, muito provavelmente, haverá que empreender manifestações e pressão
popular para que ele não engavete o processo.
O mais interessante nesse
caso, porém, é que um jornalista que tentou dar publicidade ao caso ficou preso
durante meses, em 2014, para não atrapalhar a campanha eleitoral de Aécio Neves
à Presidência fazendo denúncias sobre o tema.
O jornalista mineiro Marco
Aurélio Flores Carone, diretor de redação do site novojornal.com, foi preso em
20 de janeiro de 2014 em Belo Horizonte por autorização da juíza Maria Isabel
Fleck, da 1ª Vara Criminal da capital mineira.
Carone foi denunciado pelo
Ministério Público estadual de Minas em novembro do ano anterior por formação
de quadrilha, falsificação de documentos públicos e particulares, falsidade
ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa majorada e fraude
processual majorada – todas essas acusações decorreram do contato que fez com o
jornalista e o lobista Nilton Monteiro, que tornou pública a Lista de Furnas
após ter colaborado com o esquema de desvio de dinheiro da estatal.
Tudo, entretanto, não passou de uma farsa para impedir que Carone atrapalhasse a campanha de Aécio à Presidência. Foi absolvido de todas as acusações e, após ser libertado, denunciou a arbitrariedade à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Não, não estamos falando de Cuba ou da Coreia do
Norte, países que os fascistas tucano-midiáticos acusam de arbítrio. Tudo isso
aconteceu no Brasil, que, supostamente, seria uma democracia.
Como hoje a democracia brasileira está ainda mais
fragilizada que em 2014, para que Janot não acoberte Aécio Neves mais uma vez e
para que Globos, Folhas, Estadões e Vejas não abafem o caso, haverá que
promover atos públicos pedindo apuração dos fatos.
Neste domingo ocorreu uma manifestação em cerca de
200 cidades brasileiras pedindo apoio a medidas de exceção que o Ministério
Público quer ver implantadas no país para aprofundar ainda mais a perseguição a
adversários do PSDB, partido que continuará mandando prender quem faça
denúncias contra si. Essa ação fascistoide dos esbirros tucanos terá que ser
combatida com protestos em sentido contrário, exigindo apuração do caso Furnas.
Desse modo, este Blog exorta movimentos sociais e
sindicais de esquerda a se prepararem para pedir justiça em relação à
roubalheira impune que o PSDB pratica há décadas sem que Polícia Federal,
Ministério Público e a mídia atuem como atuam contra o PT e a esquerda em
geral. Do contrário, mais essa investigação contra o PSDB será abafada.
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