ODEBRECHT USOU ITAIPAVA PARA ESCONDER DOAÇÕES A POLÍTICOS
A Odebrecht abordou em
seu acordo de colaboração com a Justiça detalhes de sua relação com a família
Faria, proprietária do Grupo Petrópolis; a Lava Jato já havia identificado que
executivos ligados à Odebrecht e o grupo eram sócios no banco Meinl Bank
Antígua, utilizado pela empreiteira para operar as contas do departamento da
propina no exterior; na delação, executivos da Odebrecht vão contar como
utilizaram empresas dos donos da cervejaria Itaipava para distribuir dinheiro a
políticos por meio de doações eleitorais e entregas de dinheiro vivo; entre os
políticos que receberam as doações da empresa, por conta e ordem da Odebrecht,
estão repasses em 2010 a Aécio Neves (PSDB-MG), no valor total de R$ 120 mil,
Ciro Nogueira (PP) com R$ 200 mil, o tucano Arthur Virgílio (R$ 100 mil),
Heráclito Fortes do PSB-PI (R$ 100 mil), o tucano Jutahy Magalhães (30 mil)
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- A Odebrecht abordou em seu acordo de colaboração com a Justiça
detalhes de sua relação com a família Faria, proprietária do Grupo Petrópolis.
A Lava Jato já havia identificado que executivos ligados à Odebrecht e o grupo
eram sócios no banco Meinl Bank Antígua, utilizado pela empreiteira para operar
as contas do departamento da propina no exterior. Na delação, executivos da
Odebrecht vão contar como utilizaram empresas dos donos da cervejaria Itaipava
para distribuir dinheiro a políticos por meio de doações eleitorais e entregas
de dinheiro vivo.
Durante as negociações, Luiz
Eduardo Soares, o Luizinho, funcionário do Setor de Operações Estruturadas, o
departamento da propina, prometeu contar como a Odebrecht injetou cerca de
R$ 100 milhões em uma conta operada pelo contador do Grupo Petrópolis no
Antígua Overseas Bank (AOB) e construiu fábricas em troca de dinheiro no Brasil
disponível para campanhas eleitorais e pagamento de propina para agentes
públicos.
No caso das doações, depois
de compensada com pagamentos no exterior, em especial na conta Legacy no AOB, o
Grupo Petrópolis utilizava algumas de suas empresas para efetuar os repasses
para campanha de políticos por ordem da Odebrecht. Ao menos duas empresas,
segundo Luizinho, a Praiamar e Leyros Caxias, teriam sido utilizadas para
escoar o dinheiro do departamento de propina para campanhas nas eleições de
2010 e 2012.
Entre os políticos que
receberam as doações da empresa, segundo o delator, por conta e ordem da
Odebrecht, estão alguns que já apareceram nas delações da Odebrecht. Como os
repasses em 2010 a Aécio Neves (PSDB-MG), no valor total de R$ 120 mil, Ciro
Nogueira (PP) com R$ 200 mil, o tucano Arthur Virgílio (R$ 100 mil), Heráclito
Fortes do PSB-PI (R$ 100 mil), o tucano Jutahy Magalhães (30 mil).
Para os pagamentos em
espécie, segundo Luizinho, a Odebrecht acionava o operador Álvaro José Galliez
Novis, que já foi alvo da Lava Jato, para distribuir o dinheiro fornecido pelo Grupo
Petrópolis. De acordo com as anotações de Maria Lúcia Tavares, secretária do
departamento da propina, Novis atuava sob o codinome da conta “Carioquinha” e
"Paulistinha" e era diretor da Hoya Corretora de Valores. Segundo
relatório da PF, ele é sobrinho de Álvaro Pereira Novis, ex-dirigente da
Odebrecht na área de apoio e desenvolvimento de oportunidades e representação.
Os investigadores já haviam
encontrado indícios da relação entre o Grupo Petrópolis e a Odebrecht na 23.ª
fase de 279 políticos de 22 partidos. Com Benedicto Júnior, a Polícia Federal
apreendeu uma planilha na qual “Itaipava” está anotada à mão ao lado de um
repasse de R$ 500 mil para Luís Fernando Pezão (PMDB), atual governador do Rio
de Janeiro. Essa mesma doação para Pezão está relacionada, no topo da coluna
dos valores, a “Parceito IT”.
Há ainda na planilha doações
para a campanha eleitoral de 2012, o total chega a R$ 5,8 milhões. Em outro
quadro, sem data definida, o “parceiro” aparece como responsável por doações de
R$ 30 milhões a 13 partidos, entre eles PT, PMDB e PSDB.
Em nota, as empresas e os
políticos negaram as irregularidades
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