DÓLAR SOBE 1,29% APÓS REJEIÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA EM COMISSÃO DO SENADO
20 de junho de 2017
Moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 3,3320, maior valor de
fechamento desde 18 de maio
O dólar fechou com alta de mais de 1% frente ao real nesta terça-feira,
20, após a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitar o texto
principal da reforma trabalhista, demonstrando fragilidade do governo do
presidente Michel Temer no Congresso Nacional. A aversão ao risco no exterior
diante da queda do petróleo penalizou as moedas de países emergentes e ligadas
a commodities e contribuiu para o mau humor.
O relatório
da reforma trabalhista foi rejeitado por 10 votos e 9 a favor, um placar que
surpreendeu o mercado. Senadores governistas trabalhavam com a expectativa de
que o texto pudesse ser aprovado por placar de 11 a 8 ou com vantagem de 12 a
8, conforme o quórum da votação.
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rejeitado em comissão no Senado
Mesmo com a
rejeição na CAS, o projeto segue normalmente para a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ). Ainda assim, dúvidas permeiam as próximas votações, uma vez que
o mercado estava apostando todas as fichas na reforma trabalhista, que parecia
ser a mais fácil de ser aprovada, pontuou o diretor da Ativa Wealth Management,
Arnaldo Curvello. "O problema é que o governo sofreu rejeição na reforma
que o mercado acreditava que seria a mais fácil de ser aprovada, no local com
mais propensão, o Senado, e ainda recebeu voto contra do PSDB", explicou.
Já para o
sócio e gestor da Absolute Roberto Serra, a derrota em si não é ruim, mas sim
uma série de coisas negativas que o mercado já vem assimilando. "As
notícias negativas estão se renovando. O mercado já incorporou o pessimismo e
se em algum momento existia alguma expectativa com a reforma da Previdência, já
não existe mais. Em relação à trabalhista, ainda existem dúvidas", disse
Serra.
Além da
questão interna, o mau humor no exterior com a queda de 2% do petróleo
contribuiu para o desempenho ruim das moedas emergentes. A commodity tem sido
penalizada em meio a preocupações contínuas com os excedentes de oferta no
mercado global.
No mercado à
vista, o dólar terminou em alta de 1,29%, aos R$ 3,3320, maior valor de
fechamento desde 18 de maio, dia em que os mercados reagiram à notícia de
delação da JBS. O giro financeiro registrado somou US$ 715,67 milhões. Na
mínima ficou em R$ 3,2957 e, na máxima, aos R$ 3,3406, o maior nível desde 19
de maio.
No mercado
futuro, às 17h15, o dólar para julho avançava 1,38%, aos R$ 3,3380. O volume
financeiro movimentado somava cerca de US$ 16,6 bilhões. Durante o pregão, a
divisa oscilou de R$ 3,3040 a R$ 3,3520.
Estadão Conteúdo
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