CRASH DE 2020: BOVESPA FECHA COM A MAIOR QUEDA EM MAIS DE 20 ANOS
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Foto: Paulo Whitaker/Reuters | ABr) |
Em um dia marcado pelo estouro da
bolha financeira em nível global, o Ibovespa fechou com queda de 12,17%, a
86.067 pontos, depois de interromper as negociações. O dólar bateu novo recorde
fechando com alta de 1,97%, a R$ 4,726 na venda
Reuters com 247 - O
Ibovespa renovava mínimas na tarde desta segunda-feira, com as ações da
Petrobras ampliando as perdas para mais de 30%, após decisões da Arábia Saudita
derrubarem os preços do petróleo e adicionarem incertezas a um mercado
financeiro já melindrado por preocupações com os reflexos do coronavírus na
economia global.
O Ibovespa fechou com
queda de 12,17%, a 86.067 pontos, na maior queda percentual desde 10 de
setembro de 1998, causada pela moratória da Rússia. Na mínima do pregão, o
índice chegou a 85.879 pontos, menor patamar intradia desde 28 de dezembro de
2018, quando o índice chegou a 85.469 pontos. Na máxima, chegou a 97.982
pontos. No ano, o Ibovespa acumula queda de 25,58%.
O dólar comercial fechou
em alta de 1,97%, a R$ 4,726 na venda. Este é o maior valor nominal (sem
considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real. O dólar
subiu forte mesmo após o Banco Central ter feito uma intervenção de US$ 3,465
bilhões no mercado de câmbio.
Por volta de 10:30, a
bolsa acionou o circuit breaker, quando o Ibovespa tocou 88.178,33 pontos, uma
queda de 10,25%. Os negócios foram paralisados por 30 minutos. O mecanismo será
disparado novamente se o Ibovespa cair 15%.
A última vez que o
circuit breaker foi acionado foi em 18 de maio de 2017, no que ficou conhecido
no mercado como “Joesley Day”, após vir a público gravação de conversa entre o
então presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista e sua delação
relacionada a atos de corrupção envolvendo políticos.
As ações da Petrobras
(PETR4) aceleravam as perdas, e fecharam com queda de 29,70%, cotadas a R$
16,05.
Tal desempenho representava uma perda de cerca de 95 bilhões de reais no valor
de mercado da Petrobras nesta sessão. O ministro das Minas e Energia, Bento
Albuquerque, descartou nesta segunda-feira medidas emergenciais a serem tomadas
pelo governo diante da forte queda do petróleo.
“Ainda estamos passando
por um momento perigoso, com extrema volatilidade”, chamou a atenção a equipe
do BTG Pactual.
O petróleo Brent fechou
em queda de 24,1%, a 34,36 dólares o barril, após a Arábia Saudita ter
sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado, bem como
cortados preços oficiais de venda de petróleo. Na mínima, o Brent caiu 30%, o
maior recuo diário desde a Guerra do Golfo, em 1991.
A guerra aberta pela Arábia Saudita no front da produção de petróleo contra a
Rússia chegou em um momento no qual o mercado ainda se mostrava fragilizado
pela rápida disseminação da epidemia do novo coronavírus além da China e
promovendo fortes ajustes poucas semanas após renovarem máximas.
O recorde histórico do
Ibovespa para fechamento foi registrado em 23 de janeiro deste ano, a
119.527,63 pontos.
“Nesse cenário, a
tendência é que o mercado adote postura conservadora e se feche”, afirmou o
presidente da corretora BGC Liquidez, Erminio Lucci, alertando que não há
solução fácil, mas que os governos devem estudar medidas de estímulo econômico,
principalmente fiscal e via compra direta de ativos.
Fonte:
Brasil 247 por Reuters com 247
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