BOLSONARO SÓ CHEGOU AO PODER POR CONTA DE UMA SUCESSÃO DE TRAPAÇAS
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(Foto:
Brasil247 | ABr | Reuters) 17 de maio de 2020
O vazamento do caso Queiroz é apenas
mais um exemplo de que as "instituições que funcionam" vêm sendo
usadas no Brasil para permitir o exercício do poder pela extrema-direita
A
reportagem deste domingo da jornalista Mônica Bergamo, em que o empresário
Paulo Marinho, coordenador de campanha de Jair Bolsonaro, diz que a Polícia
Federal vazou para Flávio Bolsonaro que investigava Fabrício Queiroz e o
esquema das rachadinhas, revela mais uma faceta do jogo sujo usado na disputa
presidencial de 2018, mas não surpreende. Foi apenas mais uma entre a coleção
de trapaças que permitiu a chegada de Jair Bolsonaro ao poder. E todas essas
manipulações, de um modo ou de outro, contaram com a participação das
instituições que, segundo nos relatam os golpistas, "estão
funcionando" a contento no Brasil.
A mais
grave delas, como todos sabem, foi a inabilitação eleitoral do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, obtida graças a um processo forçado de lawfare, que
contou com a participação da justiça federal de Curitiba, do Tribunal Regional
Federal de Porto Alegre, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior
Eleitoral e do próprio Supremo Tribunal Federal. O golpe, como profetizou Romero
Jucá, foi "com Supremo, com tudo".
No
entanto, prender Lula e silenciá-lo durante a campanha eleitoral não seria
suficiente para garantir a vitória da direita tradicional ou da
extrema-direita. Foi também necessário vazar, antes do segundo turno da disputa
presidencial, a delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci para prejudicar
Fernando Haddad e reforçar a intoxicação da opinião pública com o discurso fake
do combate à corrupção. Discurso que cairia por terra se os eleitores
soubessem, também antes do segundo turno, que Jair Bolsonaro e sua família
estavam envolvidos no esquema das rachadinhas da Assembleia Legislativa do Rio
de Janeiro. Por isso mesmo, foi necessário adiar a “Operação Furna da Onça” e avisar Flávio Bolsonaro de que Fabrício Queiroz, tesoureiro do clã,
vinha sendo investigado. Não por acaso, Queiroz e sua filha Nathalia foram
providencialmente demitidos antes do segundo turno.
É evidente
que esta trapaça não foi obra apenas de um delegado. Ele teria a capacidade de
vazar a investigação, mas não de segurar a operação. Quais foram os outros
responsáveis? Por que as ações só foram deflagradas depois que Johnny Bravo já
estava eleito? Tudo isso poderia ser esclarecido por uma CPI já proposta pelo
deputado Alessandro Molon, mas é óbvio que a eleição de 2018 deveria ser
anulada pela sucessão de fraudes já conhecidas. E isso sem falar no esquema de
fake news, na "facada de Juiz de
Fora", na mamadeira de piroca, kit gay e em tantas outras trapaças. A
ascensão da extrema-direita no Brasil foi o maior assalto à democracia na
história da humanidade.
Fonte:
Brasil 247 por Leonardo Attuch
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