CUT VAI AO STF, PEITA FIESP E DENUNCIA IRRESPONSABILIDADE DO GOVERNO
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'Se esta Casa teimar em não nos ouvir, faremos
uma greve geral muito mais forte', disse Sergio Nobre, secretário-geral da CUT,
aos parlamentares que conduzem as reformas trabalhista e previdenciária (Foto:
Leonardo Attuch) 19 de maio de 2020
O presidente da CUT, Sérgio Nobre,
criticou a Fiesp e foi até o STF para dizer ao ministro Dias Toffoli: “tem uma
pressão desenfreada por parte de setores empresariais, que leva governos
estaduais e municipais a liberar trabalho de áreas não essenciais”
Doze
dias depois de Jair Bolsonaro levar uma tropa de empresários para pressionar o
Supremo Tribunal Federal e forçar uma reunião com o presidente do STF, fora da
agenda, nesta terça-feira (19) foi a vez de as centrais sindicais se reunirem
com Dias Toffoli.
Segundo
o presidente da CUT, Sérgio Nobre, o objetivo era pedir apoio do ministro nas
ações de combate à pandemia de coronavírus, pois não há
coordenação por parte do governo.
Ao afirmar que o objetivo de
Bolsonaro era “pressionar o STF a afrouxar a política de isolamento”, o
dirigente acrescentou que os empresários têm agido assim por todo o país. “Aqui
tem uma pressão desenfreada por parte de setores empresariais, que leva
governos estaduais e municipais a liberar trabalho de áreas não essenciais, em
um cenário oposto ao recomendado pelos protocolos mundiais de saúde ao fim do
isolamento, porque o sistema de leitos hospitalares está em colapso, falta
proteção social e a curva da pandemia está crescendo.”
Ele citou uma entidade em
particular: “Bolsonaro escalou a Fiesp para fazer esse papel lamentável”. O
presidente da entidade, Paulo Skaf, que tenta alterar o regime interno para
conseguir mais um mandato na casa, é aliado do chefe do Executivo.
Sem
coordenação
Segundo o presidente da CUT, as
autoridades de saúde recomendam duas condições para acabar com a política de
isolamento: ter 40% dos leitos disponíveis à população e observar diminuição da
curva da pandemia durante 14 dias. “Aqui no Brasil o quadro é inverso”, disse
Sérgio Nobre.
“É importante que o STF ajude a
coordenar esse processo. É importante ter coordenação. Bolsonaro não coordena.”
O cutista observou que o processo não pode ficar só nas mãos de 27 governadores
e 5.500 prefeitos, com políticas e medidas diferentes em cada lugar.
Ele também citou o ministro da
Economia, Paulo Guedes, que “sumiu na crise”. E ironizou o “super ministro” de
Bolsonaro, que acumulou cinco pastas: Trabalho, Planejamento,
Indústria/Comércio, Fazenda e Previdência. “E nenhuma funciona. Estamos não só
perdendo vidas, mas empurrando a nossa economia para a maior crise da história.
Cadê as políticas de trabalho? As pessoas estão perdendo emprego e não tem
ministro do Trabalho. A indústria está morrendo na pandemia e não temos política
industrial, o sistema de Previdência está em colapso e não consegue atender as
pessoas desde antes da pandemia.”
Fonte: Brasil 247
por Rede Brasil Atual
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