LIDERANÇAS DIVULGAM MANIFESTO PELA DEMOCRACIA
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(Foto: Paulo Pinto - Ag. PT) 30 de maio de 2020
Um grupo de políticos, cientistas,
artistas, intelectuais, organizações, empresas e pessoas de diferentes setores
da sociedade se uniu em "defesa da vida, da liberdade e da
democracia". De acordo com o manifesto, "como aconteceu no movimento
Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem
comum"
247 -
Um grupo de políticos, cientistas, artistas, intelectuais, organizações,
empresas e pessoas de diferentes setores da sociedade se uniu em "defesa
da vida, da liberdade e da democracia". O movimento Estamos Juntos já tem
mais de 6 mil assinaturas da esquerda à direita também inclui jornais e exige
que autoridades e lideranças políticas resistam a posturas que de alguma forma
colocam em risco a democracia. A divulgação acontece em um contexto no qual
Jair Bolsonaro estimulou atos que pediram o fechamento do Supremo Tribunal
Federal e do Congresso Nacional. Seus aliados também ameaçaram a Corte, após
ministro Alexandre de Moraes autorizar uma ação da Polícia Federal contra fake
news tendo bolsonaristas como alvos.
De
acordo com o manifesto, "como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de
deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum".
"Esquerda,
centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as
famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da
diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do
meio ambiente e a responsabilidade na economia", diz.
O
movimento pede a união dos setores democráticos da sociedade, apesar das ideias
diferentes. "Queremos combater o ódio e a apatia com afeto, informação,
união e esperança. Vamos juntos sonhar e fazer um Brasil que nos traga de volta
a alegria e o orgulho de ser brasileiro".
Escritor
e colunista, Antonio Prata, um dos organizadores do movimento, afirmou que
ideia do manifesto é aglutinar pessoas de diferentes setores da sociedade em
defesa das instituições e contra um golpe à democracia.
"Temos
Freixo, Fernando Henrique Cardoso, Boulos e Armínio Fraga no mesmo movimento. A
intenção é barrar a ideia de um golpe. Eduardo Bolsonaro disse que não é uma
questão de se, mas de quando. Bolsonaro passou a vida defendendo a ditadura e
um golpe. Precisamos voltar a discordar dentro do rinque que é a
democracia", disse. Os relatos foram publicados no jornal O Globo.
O
movimento também conta com nomes que vão desde o governador do Maranhão, Flávio
Dino (PCdoB) ao cantor Lobão. O manifesto reúne personalidades como o
apresentador e empreendedor Luciano Huck, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, o advogado criminalista Antonio Cláudio Mariz, a economista Elena
Landau e o ex-ministro da Educação Renato Janine.
Segundo
a economista Elena Landau, "o objetivo é a união acima de questões
partidárias para barrar essa trajetória de autoritarismo e corrupção
moral". "Estamos dizendo que não vamos normalizar a barbárie.
Bolsonaro criou um país onde não nos reconhecemos mais", acrescentou.
O
ex-ministro da Educação e cientista político Renato Janine Ribeiro conta que
decidiu apoiar o manifesto "ao lado de todos que estão contra essa divisão
entre direita e esquerda e se unem pela democracia".
"O
mais importante é o que nos une e não o que nos separa. E para lutar contra a
barbárie é preciso se unir com todos que são contra ela. Só assim podemos
salvar a democracia no Brasil, que está seriamente ameaçada. Espero que esses
manifestos mostrem que a maioria da população está a favor da democracia e dos
direitos humanos. Eles podem ajudar a mostrar que a maioria da sociedade apoia
esses valores".
Para o
Antonio Claudio Mariz de Oliveira, ex-presidente da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB/SP) e advogado criminalista, Jair Bolsonaro não tem mais condições
de governar e que é preciso reverter esse quadro"É
preciso agir para reverter esse quadro e a sociedade civil tem a palavra
escrita ou oral como arma. Amanhã também será divulgado o manifesto Basta!,
assinado por profissionais do Direito, que vai na mesma direção. O presidente
Jair Bolsonaro perdeu a condição de governar o país. Está implantando uma
intolerância raivosa e qualquer um que tenha opinião divergente dele vira
inimigo, ao contrário do se entende por democracia. Esses manifestos podem
ajudar o país dando voz aos cidadãos. É o que está ao nosso alcance. Se isso
vai levar a um resultado A ou B, não sabemos. Mas o importante hoje é falar. É
obrigação dos cidadãos. Inércia é cumplicidade".
Fonte:
Brasil 247 por jornal O Globo
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