EM 1970, ATÉ O BANCO DE RESERVAS DO BRASIL ERA UMA SELEÇÃO DE CRAQUES
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Em 1970, até o banco de reservas do Brasil era uma seleção de
craques. Foto: Divulgação/Arquivo/Estadão 21 de junho de 2020
O único que não se cogitava perder o
lugar no time era Pelé, dono incontestável da camisa 10
A seleção de 1970, tricampeã mundial
no México, não era fortíssima apenas com seus 11 jogadores
titulares. Os 11 que estavam na reserva eram do mesmo nível e em alguns casos,
segundo especialistas da época, até melhores do que aqueles que estavam em
ação.
Para o lugar do goleiro Félix, o técnico Zagallo tinha
dois jovens de muito talento do futebol paulista. Ado,
do Corinthians,
e Leão,
do Palmeiras,
ambos com 20 anos de idade. Donos da posição em seus clubes e capazes de fazer
um bom papel em campo, mas que não chegaram a pisar nos gramados mexicanos.
Na lateral-direita, Carlos
Alberto Torres, "O Capita" era absoluto, mas na sua reserva estava
pronto Zé Maria, que mais tarde seria eternizado como o "Super Zé"
pela torcida corintiana. Depois da Copa, o raçudo defensor, de 21 anos, trocou
a Portuguesa pelo time de Parque São Jorge.
Na outra lateral, para muitos, como o goleiro Leão, Marco Antônio,
do Fluminense, então com 19 anos, tinha totais condições de atuar na vaga de
Everaldo, mas o jogador do Grêmio, aos 25 anos, tinha a seu favor a experiência.
A zaga formada por Brito e Piazza combinava força e técnica, mas
no banco Baldochi (Palmeiras), Fontana (Cruzeiro) e Joel eram bons e qualquer
dupla poderia segurar da mesma forma ou até melhor os ataques adversários.
Do meio-campo para frente era difícil
ter uma vaga na equipe principal. Clodoaldo, Gerson, Jairzinho, Tostão,
Rivellino, além de craques, estavam em grande forma. Mas Paulo Cesar Caju, de
20 anos, o 12º jogador daquele seleção, então no Botafogo, com quatro
participações na Copa, era opção tanto para o ataque como para o meio de campo.
Roberto, de 25 anos, seu companheiro no time de General Severiano, era um
goleador e de grande presença na área. Só não entrou contra a Inglaterra,
porque Tostão iniciou de forma magistral a jogada do gol de Jairzinho.
Dario, o "Dadá
Maravilha" ou "Peito de Aço, apelido que herdou do lendário Vavá, das
Copas de 1958 e 1962, era um "fazedor" de gols. Aos 24 anos, o
centroavante do Atlético-MG, não tinha técnica, mas sabia colocar a bola nas
redes rivais. Seu estilo, adorado pelo presidente da República Emilio
Garrastazu Médici, não se encaixava com a forma do time jogar, mas seria
idolatrado por onde passou na carreira, composta por 926 gols.
A outra opção do ataque era o
habilidoso ponta Edu, do Santos, com 20 anos. Dono de um domínio de bola
inigualável, sua habilidade era tão grande que, mesmo canhoto, jogava com o
mesmo talento pela ponta direita. Em 1966, disputou a Copa com apenas 16 anos.
O único que não se cogitava
perder o lugar no time era o camisa 10. Se antes da Copa, João Saldanha, que
dirigiu a seleção nas Eliminatórias, chegou a dizer que Pelé estava cego,
durante os seis jogos disputados, todas as críticas se perderam pelo ar. A Copa
foi 'DELE'. Como tinha de ser.
Fonte: O Estado de S. Paulo por Wilson Baldini Jr
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